terça-feira, 26 de outubro de 2010

Papéis

Papel...
    De que vale o papel? De que vale o papel sem o ator? De que vale o papel se não houver amor? De que vale o esforço do papel se não tiver o esforço do ator? D que vale a beleza do cordel se não há quem possa colher a flor?
    Põe no papel a pantomima que rima à força da prosa que entrosa na alegria da poesia!
    Põe na historia da memória do tempo e espera que o momento vai chegar assim q raiar o dia!
    Traz a graça ou gracejo de um longo bocejo que insiste em me deitar que insiste em me fazer sonhar. Faz de conta e conta quantas estrelas existem no papel que representa e apresenta nossa vida.
    Não importa o papel, só importa o que existe dentro de nós.

Pois é. 

    Não importa quem se é, só importa acreditar no que diz sua voz. Importa o momento, o ser-estar ali presente, importa que você acredite no que sente, saiba enxergar o que oferecem para criar e libere a força que arde em sua mente.





Foi pra você que escrevi tudo,

foi pra que você que após muito estudo

melhorei, melhorei, melhorei, melhorei, criei.... 

domingo, 24 de outubro de 2010

Casa Brasil

    Bem-vindos à casa Brasil, onde o vento sopra mais forte pro lado de lá, onde às vezes não se pode sambar, já que temos mais contas pra pagar do que músicas pra tocar.
    Bem-vindos à casa Brasil, onde você é mais você e ninguém pode te convencer o contrário, porque se assim for, melhor esquecer o rancor e viver conforme as regras do proletário.
    A onde eu poderia ir pra tentar fugir, dessa caótica vida urbana, dessas loucas decisões mundanas, dessa tela wide-screen que não tem fim, que eu não suporto mais e que nunca volta atrás, dessa casa maltratada, desgovernada, barulhenta e birrenta que insisti em piorar, dessa gente intrigante, mas um tanto ofegante, que não aguenta mais trabalhar.
    Bem-vindos à casa Brasil, a casa da pátria que te pariu.
    Deitado eternamente em berço insípido, ao som do violão de um vagabundo, figuras de um bordão na prosa eclética sonham com a fama de pelo menos um segundo. Sai da terra a isca viva, vai embora tentar achar outros valores. Sai o sangue da ferida, então descobre que os caminhos não são só flores.

Ó pátria amada, desnorteada, corra logo e se salve, salve!!!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pois faço Artes...

                                                                                          Porquê artes? Perguntaram-me. Sinceramente não soube responder, mas muito insisti. Oras, se não são às lágrimas dos anjos que pintamos, se não aos ventos que dançamos, se não aos corações que criamos. De fato, faço artes. Talvez a graça de fazer graça, talvez a possibilidade do infinito. Faço artes e por isso sei o tamanho do mundo. Pelo menos do que cabe na minha cabeça. Um emaranhado infinito de cores, sons e gestos. Cores, decolores, amores, pintores, escultores... Quão imensurável são os projetos de vida a qual me dedico dedicando-me a este mar de felicidade. Mas também de redemoinhos.
    Redemoinhos de incontáveis sentimentos, de frios-na-barriga, de enjôos antes do palco e de lágrimas depois das palmas. Sou simples instrumento de performance. E quando me pediram para dançar, assobiei um compasso, um ritmo desmedido de síncopas, de fermatas... Dancei com o coração que se mostrava através de meu pequeno corpo saltimbanco. Graça, gracejo, gravidade. Coisas de menos, pessoas de mais... Faz tempo, eu sei, mas o tempo é tão relativo quanto a sua definição de dança.



Faz de meu corpo instrumento de teu coração, de tua alma. Faz de mim fonte de sua inspiração e de seu desespero. Faz a vida crescer por sobre meu peito, pela minha voz, pelos gestos. Sefreguidão é aquele coração partido que não soube se expressar em meio a ganância sentimentalista ao qual foi exposto. Me ame pelo que sou, não me desperdice pelo que disse, pois sou só instrumento implícito da verdade, ou melhor, da sua realidade. Desculpem, mas estou para drama....
          tizado....
                    ravante....
                                   stemunho...                        de sua presença em mim. 

Faço artes porque a realidade não me basta nem preenche.
Porque te amo, assim como você me ama.