sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pois faço Artes...

                                                                                          Porquê artes? Perguntaram-me. Sinceramente não soube responder, mas muito insisti. Oras, se não são às lágrimas dos anjos que pintamos, se não aos ventos que dançamos, se não aos corações que criamos. De fato, faço artes. Talvez a graça de fazer graça, talvez a possibilidade do infinito. Faço artes e por isso sei o tamanho do mundo. Pelo menos do que cabe na minha cabeça. Um emaranhado infinito de cores, sons e gestos. Cores, decolores, amores, pintores, escultores... Quão imensurável são os projetos de vida a qual me dedico dedicando-me a este mar de felicidade. Mas também de redemoinhos.
    Redemoinhos de incontáveis sentimentos, de frios-na-barriga, de enjôos antes do palco e de lágrimas depois das palmas. Sou simples instrumento de performance. E quando me pediram para dançar, assobiei um compasso, um ritmo desmedido de síncopas, de fermatas... Dancei com o coração que se mostrava através de meu pequeno corpo saltimbanco. Graça, gracejo, gravidade. Coisas de menos, pessoas de mais... Faz tempo, eu sei, mas o tempo é tão relativo quanto a sua definição de dança.



Faz de meu corpo instrumento de teu coração, de tua alma. Faz de mim fonte de sua inspiração e de seu desespero. Faz a vida crescer por sobre meu peito, pela minha voz, pelos gestos. Sefreguidão é aquele coração partido que não soube se expressar em meio a ganância sentimentalista ao qual foi exposto. Me ame pelo que sou, não me desperdice pelo que disse, pois sou só instrumento implícito da verdade, ou melhor, da sua realidade. Desculpem, mas estou para drama....
          tizado....
                    ravante....
                                   stemunho...                        de sua presença em mim. 

Faço artes porque a realidade não me basta nem preenche.
Porque te amo, assim como você me ama.

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