domingo, 24 de outubro de 2010

Casa Brasil

    Bem-vindos à casa Brasil, onde o vento sopra mais forte pro lado de lá, onde às vezes não se pode sambar, já que temos mais contas pra pagar do que músicas pra tocar.
    Bem-vindos à casa Brasil, onde você é mais você e ninguém pode te convencer o contrário, porque se assim for, melhor esquecer o rancor e viver conforme as regras do proletário.
    A onde eu poderia ir pra tentar fugir, dessa caótica vida urbana, dessas loucas decisões mundanas, dessa tela wide-screen que não tem fim, que eu não suporto mais e que nunca volta atrás, dessa casa maltratada, desgovernada, barulhenta e birrenta que insisti em piorar, dessa gente intrigante, mas um tanto ofegante, que não aguenta mais trabalhar.
    Bem-vindos à casa Brasil, a casa da pátria que te pariu.
    Deitado eternamente em berço insípido, ao som do violão de um vagabundo, figuras de um bordão na prosa eclética sonham com a fama de pelo menos um segundo. Sai da terra a isca viva, vai embora tentar achar outros valores. Sai o sangue da ferida, então descobre que os caminhos não são só flores.

Ó pátria amada, desnorteada, corra logo e se salve, salve!!!

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